segunda-feira, setembro 20, 2010

Revisão

Por todos os meios disponíveis, fazem-nos chegar aos ouvidos notícias e relatos de gente, da esquerda à direita, mais ou menos indignados, uns porque sim, os outros porque não.

O PSD, sem medo, avança com um projecto que escarrapache na Constituição aquilo que nós já temos, o pagamento da saúde e da educação. Não há quem não se queixe dos preços dos livros, das taxas moderadoras, dos “mitras” que não pagam mas que não saem do balcão do café, etc., etc., etc…

O PS, que todos os dias procura nos bolsos do contribuinte o dinheiro necessário para silenciar quem mama do orçamento, diz que não, que não pode ser, nem pensar em mexer no Estado Social (?), mas que sim, vamos lá ver o que se pode fazer.

O PCP, partido mais ou menos inimputável do nosso sistema constitucional, que apresenta um candidato partidário, o que, à luz da constituição que ajudaram a redigir e aprovar em 1976, é inconstitucional. Mas no PCP, tudo o que tem o crivo do Comité Central, é como o que emana de um Concílio do Vaticano: Dogmas incontestáveis. Os camaradas são a representação fidedigna do povo trabalhador e tal…

O BE, partido que nem é nem deixa ser, continua a achar mais importante a discussão sobre os casamentos gay e adopções dos ditos casais, do que a própria Constituição. Não os condeno. Com este PS tudo o que for de esquerda e não necessite de fundos, desde que sirva para abandalhar, eles aprovam

O PP, bem o PP…

É compreensível. É uma espécie de sogra. A filha, ou filho, muito queridos, defendidos mas sempre sobre alerta, sobre pressão, de não deixarem o par sem apoio e sem o amor incondicional. Não venha a filha, ou filho, devolvido. Elas preferem sempre ir lá a casa mandar, mudar e manobrar. É como o PP. Nunca propõe mas faz. Ou diz como fazer. E depois diz que avisou.

Enquanto isto, a malta casa, divorcia-se, junta-se, separa-se. Uns cuidam dos filhos, outros fogem dos ditos e fazem outros.

Freud dizia que os homens não buscam a felicidade com medo de provocar infelicidade nas relações que vão, ingloriamente, mantendo. O pavor da mágoa que sempre fica de uma relação que termina, é superior à desconhecida mesura de felicidade que deixa de se procurar.

Talvez tenham os homens transportado tudo isto para a política e, ingloriamente, continuem a procurar felicidade e caminho para o que já não dá fruto.

Revisões precisam-se.

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